*De Revista Veja, em março, 2017
 
Um recente estudo publicado na revista The Infancy reforça a importância do hábito da conversa com as crianças e sugere que falar com crianças bem pequenas – escutar seus balbucios e responder de forma correta, sem baby-talking, beneficia o desenvolvimento da linguagem dos pequenos. 
 
A avaliação ocorre com as interações naturais de mães e bebês por seis meses (dos 8 aos 14 meses da criança). A ação da mãe no que se refere ao bebê foi classificada em dois grandes grupos: “redirecionador”, chamado  quando a mãe prende a atenção do bebê para outro objeto, desviando a atenção; ou “sensível”, quando a mãe respondia ao balbucio do bebê, seja verbalmente ou imitando o som emitido pelo filho.
 
Um comportamento que os pesquisadores notaram no segundo grupo foi o de dar significado ao balbucio do bebê. Por exemplo: quando a criança dizia “pa-pa-pa”, as mães sensíveis respondiam algo como “pa-pai não está. Eu sou a ma-mãe”.
 
No fim do experimento, responsáveis pela pesquisa concluíram que os bebês que possuem mães com comportamento sensível mostraram, aos 15 meses, uma taxa maior de balbucios complexos e mais próximos de palavras reais. 
 
Outro estudo da mesma revista caminha na mesma direção: a importância de responder aos estímulos linguísticos desde os primeiros meses de vida. 
Assim sendo, os pesquisadores pediram para as mães responderem de duas formas distintas aos balbucios de seus bebês de 10 meses: mostrando interesse às reações do bebê (respondendo às suas vocalizações) e mostrando desinteresse (ignorando as reações do bebê diante de estímulos visuais).
 
Cientistas analisaram que os bebês balbuciavam mais quando suas mães mostravam interesse nos sons que eles emitiam e respondiam verbalmente a eles. Ao não receber a atenção da mãe, os bebês do estudo tenderam a emitir menos sons (e, portanto, a exercitar menos a linguagem).
 
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