Nesta quarta-feira (26), a roda de capoeira foi devidamente reconhecida pela da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) como Patrimônio Cultural e Imaterial da Humanidade.
O fato ocorreu após a votação durante a 9ª Sessão do Comitê Intergovernamental para a Salvaguarda do Patrimônio Imaterial, em Paris.
A presidenta do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Jurema Machado, presente na sessão do comitê, explicou que as políticas de patrimônio imaterial não existem apenas para conferir títulos, mas para que os governos assumam compromissos de preservação de seus bens culturais, materiais e imateriais.
Por muitos anos a dança foi considerada sinônimo de criminalidade por ter sido principalmente desenvolvida no Brasil por descendentes de escravos africanos, que como prática contra o tratamento violento a que eram submetidos, passaram a praticar a luta tradicional do sul de Angola nos terrenos de mata mais rala conhecidos como capoeiras.
De acordo com Jurema, o título garante mais respaldo ao governo para apoiar, com recursos públicos, iniciativas de preservação do bem cultural, com o incentivo à transmissão do conhecimento e a formas de organização dos capoeiristas. A roda de capoeira é reconhecida como patrimônio cultural pelo Iphan desde 2008.
Segundo o Ministério da Cultura, o Iphan deu apoio aos capoeiristas para fazer amplo inventário dos grandes grupos de capoeira e mestres no Brasil e ajudou-os a instalar comitês estaduais distribuídos pelo país. 
Com o título, a prática cultural afro-brasileira reúne-se agora ao Samba de Roda do Recôncavo Baiano, à Arte Kusiwa-Pintura Corporal, do Amapá, ao frevo, de Permanbuco, e ao Círio de Nazaré, do Pará, também reconhecidos como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade.