Apesar dos avanços na legislação brasileira, boa parte da população com Síndrome de Down ainda tem desafios a enfrentar. Em busca de trazer visibilidade aos progressos e dificuldades ainda existentes, o mês de março comemorou, no dia 21, o Dia Internacional da Síndrome de Down. 
 
As áreas da saúde estão unindo forças para oferecer condições de saúde iguais a todos os seres humanos. Continue lendo o conteúdo para saber como a nutrição pode auxiliar no bem-estar dos indivíduos afetados pela Síndrome de Down e também conhecer informações pertinentes ao tema. 
 
O que é?
 
A Síndrome de Down é ocasionada através da alteração genética do cromossomo número 21, conhecida como a trissomia 21 – associada ao prejuízo no desenvolvimento cognitivo e psicomotor. As pessoas com esta síndrome possuem, no total, 47 cromossomos em suas células devido a presença de três cromossomos 21.
 
Tal situação ocorre por uma alteração no número de cromossomos durante a fecundação. O ideal é que, após a formação do zigoto, o indivíduo tenha 46 cromossomos – 23 de origem do óvulo da mãe e 23 do espermatozóide do pai. No caso dos indivíduos com Síndrome de Down, o óvulo ou o espermatozóide apresentam um cromossomo a mais, resultando em um zigoto com 47 cromossomos. 
 
De acordo com o levantamento mais recente – realizado em 2010 – pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), existem 300 mil pessoas no Brasil com Síndrome de Down. 
 
Os indivíduos que apresentam essa alteração no cromossomo 21 têm a maior probabilidade de desenvolver doenças cardiovasculares, dificuldades auditivas e visuais, alterações na tireóide, infecções respiratórias e urinárias, além de metabolismo lento e deficiências nutricionais – sobretudo em vitaminas e minerais como o zinco e a Vitamina D. 
 
Vale ressaltar que a Síndrome de Down não é uma doença, e é ocasionada por condições nas quais nem os pais, muito menos as crianças, têm controle. 
 
Dificuldades enfrentadas 
 
Mesmo com avanços na legislação brasileira, ainda há barreiras a romper. Para exemplificar, em 2012, o Ministério da Saúde publicou uma diretriz de cuidados a pacientes com Síndrome de Down contendo os exames e procedimentos necessários para prevenção e tratamento de doenças comuns a essa parte da população.  No entanto, até hoje, ainda existem profissionais de saúde que desconhecem as diretrizes. Ou seja, a disseminação de certas informações e captação de dados relacionados à síndrome ainda são necessárias. 
 
Em busca de inverter essa situação, começou a valer, em dezembro de 2018,  a lei nº 13.685/2018, que obriga os profissionais de saúde – tanto públicos quanto privados – a notificar o Ministério da Saúde sobre os casos de câncer e malformação congênita. Segundo a presidente do Movimento Down, Patrícia Almeida, falta realizar uma portaria para capacitar as secretarias estaduais para fazer o controle dos registros. 
 
Os desafios no meio educacional continuam existindo. Os pais de alunos com Síndrome de Down enfrentam problemas na hora de encontrar uma escola sem descriminação. Dificilmente se encontra profissionais que saibam integrar a criança especial com os demais colegas na sala de aula e ensiná-la conforme as suas dificuldades de aprendizado. 
 
No mercado de trabalho é onde os obstáculos são mais evidentes. A associação DF Down tem o conhecimento de mais de 70 pessoas com down no Brasil. Entretanto, o preconceito continua atrapalhando na inserção no mercado de trabalho. Isso sem falar dos recorrentes problemas de saúde que necessitam tratamento e acompanhamento especializado. Contudo, devido aos avanços em áreas – como a de nutrição – já é possível prever e tratar algumas das dificuldades na vida do paciente com down. Sendo assim, o indivíduo pode viver a sua vida naturalmente, com autonomia e independência. 
 
O papel da nutrição para auxiliar pacientes com síndrome de down 
 
A nutricionista e professora do curso de pós-graduação em Nutrição Clínica: Metabolismo, Prática e Terapia Nutricional da Estácio, a Dra. Vanessa Coutinho, publicou em sua página do instagram – no Dia Internacional da Síndrome de Down – uma postagem falando sobre a importância da nutrição ao lidar com os casos de Síndrome de Down.
 
Nas palavras da nutricionista  “devemos monitorar a saúde e assumir condutas preventivas, associadas à prevenção e genômica nutricional desde a gestação. É importante oferecer uma alimentação saudável acompanhada da prática de exercícios físicos. Quanto antes a intervenção for realizada, melhores são as chances de atenuar os desfechos clínicos”.
 
A Doutora também atesta a necessidade de garantir e acompanhar a ingestão de macronutrientes, assim como o valor calórico dos alimentos. Os pais, ao estruturarem a dietas dos seus filhos, devem evitar alimentos industrializados, refinados e ultra-processados. A substituição por alimentos integrais e naturais será sempre o recomendado.  
 
Por via das dúvidas, é sempre recomendado a todas as famílias – que possuem filhos com down – buscarem um nutricionista qualificado para verificar as deficiências nutricionais e orientá-los corretamente. 
 
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Fontes utilizadas como referência:
 
Revista Crescer 
G1 Globo 
Movimento Down 
Instagram da Dra. Vanessa Coutinho